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terça-feira, 20 de março de 2018

Cadeira – Uma desconstrução em sua montagem

Por: Christian Souza;  Raquel Oliveira;  Talita Luane dos Santos Paiva

Trabalho apresentado para avaliação na disciplina de Prática de Ensino lI, do curso de Ciências Sociais - Licenciatura, turno noturno, da Universidade Federal de Pelotas – UFPel ministrado pela professora Vera Lucia Dos Santos Schwarz. 


A cadeira 

Resultado de imagem para imagem de cadeiras de varias epocasParece algo secundário em nossas vidas a existência da cadeira, pois a mesma não passa de um utensilio de utilização material da qual nossas vidas não dependem, assim como por exemplo a água e os alimentos, que seriam estes itens primordiais para a nossa sobrevivência. 

Por se tratar de algo secundário, passamos a não perder tempo em realizar analises que pudessem verificar o papel social da materialização deste utensílio. E por este motivo não debruçamos sobre o assunto a não ser que sejamos provocados a fazer e se formos fabricantes de cadeiras. Sendo neste caso que a análise será feita do ponto de vista comercial e não filosoficamente. Muito embora vários elementos filosóficos, sociais e econômicos estejam embutidos na confecção da mesma. 

Mas, se refletirmos um pouco, iremos perceber que ao logo da história da humanidade, o ser humano precisa sentar-se, seja para descansar, seja para alimentar-se, e até para passar adiante seus feitos em história contadas a gerações mais jovens. 

Imagino que não se tendo a cadeira no período primitivo, digo não existir da forma que conhecemos, pedras e troncos de arvores serviam de assento. Não é difícil perceber que ao longo da história o local de sentar-se tomou uma conotação de exercer o poder. Pois em algumas tradições quem exerce o poder senta-se ao centro da mesa. Em outras tradições podemos perceber que quem exerce o poder senta-se na cabeceira ou ponta da mesa. 

Se o local de se sentar distingui sua posição de poder, o utensílio utilizado também passa a ter um papel fundamental nesta relação de poder. Pois não poderia um Rei utilizar a mesma cadeira que um camponês. Pois este havia de sentar-se em cadeiras mais requintadas, de forma ostentar sua soberania. 

O material ao longo do período foram mudando, se no princípio eram pedras e troncos, hoje podemos encontrar os mais diversos materiais, desde matérias mais antigo como madeira e pele de animais, para ferro, plástico, fibras variadas e os mais diversos tecidos e acabamentos. 

A evolução dos formatos e dos materiais também remetes a uma escala social de descobertas e aprendizados, pois se nos primórdios as cadeiras eram feitas de madeira, com amarras de cordas e encosto e assento com pele de animais, com a evolução da tecnologia é possível a utilizar materiais como metais nobres e outros produtos como o já citado plástico. 

Podemos claramente perceber em um determinado local quem exerce o poder pela disposição da cadeira e o modelo da mesma, nos remetendo o quanto de diferencial social existe no local e qual o tipo de dominação. 

 Em uma sala de reunião, mesmo que seja uma reunião no entorno de uma mesa, a disposição da cadeira e o material da mesma poderá demonstrar quem está no comando. Pegamos como exemplo uma mesa ampla e oval, ou retangular, onde várias cadeiras estão à disposição de todos que ali se fizerem presentes. Quem for sentar na ponta ou na cadeira mais alta, ou a mais flexível em sua acomodação com certeza exercerá o domínio e ou a liderança do evento. 

Em salão nobre, as cadeiras colocadas a frente do salão geralmente imponentes e colocadas ao um nível superior do solo, é mais uma demonstração de poder. Um Rei sentado em seu Trono seria um exemplo do descrito agora. Mas o padre na celebração da missa, um pastor em culto, um professor em sala de aula. Mesmo que a cadeira seja do mesmo Material, a disposição local da mesma demonstrará que está no comando da situação. 

Por tanto, não podemos ignorar o papel social da cadeira na organização e relação de poder de uma sociedade organizada, pois mesmo com este pequeno e superficial exercício filosófico conseguimos perceber que a cadeira com certeza simboliza e descreve a organização social, e os seus conflitos. 

Outro fato bem plausível para essa analogia é falar sobre a mão de obra que esta cadeira transparece, quem fez essa cadeira? Qual a remuneração que o trabalhador obteve para fabrica-la?  

Fazendo outra alusão histórica, no inicio da revolução industrial um dos meios que apresentou mudança foi a separação de tarefas nas fabricas, antigamente o artesão moldava o objeto a ser feito e logo depois construía, com a entrada das maquinas, cada operário recebia valor x para produzir uma tarefa para a produção do objeto e logo depois, percebiam que os mesmo, não recebia valor suficiente para conseguir comprar o objeto do qual contribuiu para “dar vida”, então “nasce” a exploração do trabalhador, junto com a opressão sofrida dentro de um mecanismo capitalista, logo a metodologia trabalhada nesta época não é diferente com o processo de fabricação de uma cadeira.  


 Poderíamos citar as árvores, a madeira utilizada na produção, se consolida com o processo de desmatamento/desflorestação, do qual se apresenta uma consequência de biodiversidade, degradação do solo, redução da umidade do ar, destruição e extinção de diferentes espécies que por sinal, podem ter ajuda medicinal, entretanto o ser humano as destrói antes mesmo de conhecer. 
 
 Texto escrito no meio do ano de 2017.

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