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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Articulação dos Povos e Comunidades Tradicionais! (Ocupação do Planalto)

Na manhã desta terça feira (22/11/2016), aconteceu a primeira ocupação no Planalto da era Temer.... a mesma tem como pauta a luta contra a PEC 241/16 (agora pec 55/16), contra a PEC 2015/00 (que trata sobre o fim das demarcações de terras Indígenas) e também contra a PL4059/12 (que libera a venda de terras para estrangeiros).

Cerca de 500 Lideranças Indígenas, de Pescadores Artesanais, Quilombola e Quebradeira de Coco dos estados do MA, BA, RS, SC e SP, participaram desta ocupação, que demonstra que existe resistência dos diversos segmentos de nossa sociedade a esta barbárie que este governo vem promovendo.

O Grupo soltou nota o qual reproduzo abaixo.


Nenhum direito a menos! Contra as propostas de morte aos povos indígenas, quilombolas e pescadores e pescadoras artesanais!

Nós povos indígenas originários, comunidades tradicionais pesqueiras, comunidades quilombolas, e quebradeiras de coco babaçu,  estamos em mobilização nacional denunciando  o programa neoliberal dos governos, com apoio e aval do poder legislativo e judiciário e  nos colocamos contra todo e qualquer retrocesso nos nossos direitos já conquistados, com muita luta e sangue derramado.

Nesse sentido denunciamos:

  • 1- Marco temporal: constitui-se num grave atentado contra o direito originário dos povos indígenas à demarcação de suas terras e contra o direito dos quilombolas de terem suas terras devidamente tituladas. Viola a Constituição Brasileira  e os tratados internacionais, ao mesmo tempo que legitima a violência e o esbulho territorial cometida contra os povos até 1988;
 
  • 2- A tramitação da PEC 215/00, da PEC 68, PL 1610/96, PL 4059/12 que libera a venda de Terras para estrangeiros, por entendermos que são mecanismos criados para expropriação dos territórios tradicionais para implantação de grandes projetos do agro – hidronegócio, mineração, produção de energia e monocultivos;

  • 3- A PEC 241-5516 representa a intensificação do processo de sucateamento de políticas públicas para efetivação de direitos fundamentais. É a PEC da morte;
  • 4- A atuação do poder judiciário na concessão de medidas liminares de reintegração de posse nas áreas de retomada dentro dos territórios tradicionais;

  • 5- A criminalização de lideranças de comunidades indígenas, pescadores e quilombolas por parte do ICMBio nas áreas de sobreposição de unidades de conservação de proteção integral sobre territórios tradicionais.

Exigimos do Estado Brasileiro:

  • 1- Aceleração dos processos de demarcação, desintrusão e proteção de terras indígenas e quilombolas, sem mudanças nos procedimentos de demarcação das terras indígenas;
  • 2- Reconhecimento e regularização dos territórios tradicionais pesqueiros;

  • 3- Liberação e aumento de recursos financeiros e pessoal para  órgãos como INCRA, FUNAI, SPU  e outros para execução  de processos demarcatórios de territórios de povos e comunidades tradicionais;

  • 4- Autonomia e protagonismo das comunidades nos processos de gestão e fiscalização dos territórios e das áreas de preservação;

  • 5- Revogação do Decreto 8424 e 8425  por violarem os direitos das pescadoras e pescadores artesanais;

  • 6- Retorno do Ministério do Desenvolvimento Agrário para o atendimento das  demandas das comunidades tradicionais e da agricultura familiar.

Brasília, Novembro de 2016.

Articulação dos Povos e Comunidades Tradicionais 

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