Vamos Conversar?

Pesquisar este blog

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Blau Nunes



Ilustração de uma edição de Contos Gauchescos
PATRÍCIO, apresento-te Blau, o vaqueano. Eu tenho cruzado o nosso Estado em caprichoso ziguezague. Já senti a ardentia das areias desoladas do litoral; já me recreei nas encantadoras ilhas da lagoa Mirim; fatiguei-me na extensão da coxilha de Santana, molhei as mãos no soberbo Uruguai, tive o estremecimento do medo nas ásperas penedias do Caverá; já colhi malmequeres nas planícies do Saicã, oscilei entre as águas grandes do Ibicuí; palmilhei os quatro ângulos da derrocada fortaleza de Santa Tecla, pousei em São Gabriel, a forja rebrilhante que tantas espadas valorosas temperou, e, arrastado no turbilhão das máquinas possantes, corri pelas paragens magníficas de Tupanciretã, o nome doce, que no lábio ingênuo dos caboclos quer dizer os campos onde repousou a mãe de Deus…
(…)
Genuíno tipo – crioulo – rio-grandense (hoje tão modificado), era Blau o guasca sadio, a um tempo leal e ingênuo, impulsivo na alegria e na temeridade, precavido, perspicaz, sóbrio e infatigável; e dotado de uma memória de rara nitidez brilhando através de imaginosa e encantadora loquacidade servida e floreada pelo vivo e pitoresco dialeto gauchesco.
(…)
Querido digno velho!

Saudoso Blau!




A noticia vinculada no Jornal Tradição do dia 15/6/2016, de que o Patrono da Feira do Livro de Pelotas deste ano será o Vaqueano Blau Nunes, justamente no ano do centenário da morte de João Simões Lopes Neto, me remeteu a uma emoção grande.


Emoção esta por causa dos meus estudos ainda inicial sobre o Tradicionalismo, sobre a cultura Gaúcha, e também sobre Pelotas.

O Livro Contos Gauchescos foi o segundo livro que o João publicou em 1912, onde na primeira edição o autor faz a apresentação de Blau Nunes. Que segundo o mesmo lhe acompanhou pelo interior do Rio Grande do Sul.

A Feira do Livro de Pelotas ira pela primeira vez ter como Patrono um personagem, que ao meu ver é uma bela homenagem a este importante escritor Pelotense que só teve o devido reconhecimento apos sua morte.

Uma pena que consigamos reconhecer grandes autores, escritores etc e tal somente apos sua morte. João Simões Lopes Neto morreu sem conhecer a fama, e pobre.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.