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sábado, 10 de setembro de 2016

Entrevista do Candidato Jurandir Silva PSOL concedida ao Diário Popular

Olá!!

Transcrevo abaixo a entrevista concedida ao Diário Popular pelo Candidato Jurandir Silva do PSOL à Prefeitura Municipal de Pelotas.

O original poderá ser visualizado no link abaixo:

Participação popular no centro do governo

Jurandir Silva (PSOL), da coligação Pelotas Merece Mudanças, destaca a importância de discutir as ações com a sociedade, além de priorizar valorização do funcionalismo

Entre outros temas, o integrante da corrida à prefeitura comentou a intenção de cortar cargos de confiança e valorizar as categorias do funcionalismo público (Foto: Carlos Queiroz - DP)
Entre outros temas, o integrante da corrida à prefeitura comentou a intenção de cortar cargos de confiança e valorizar as categorias do funcionalismo público (Foto: Carlos Queiroz - DP)
Inverter prioridades e trazer a participação popular para o centro da administração pública municipal. Este é o discurso defendido por Jurandir Silva (PSOL), candidato a prefeito pela coligação Pelotas Merece Mudanças (PSOL/PCB). Segundo o político, é necessário valorizar as características locais - como cultura e turismo - para impulsionar o desenvolvimento, ao invés de esperar por intervenções da iniciativa privada. Entre outros temas, o integrante da corrida à prefeitura comentou a intenção de cortar cargos de confiança e valorizar as categorias do funcionalismo público.
No quarto capítulo da série de entrevistas com os candidatos à prefeitura do município, o Diário Popular expõe as ideias e propostas da candidatura de esquerda. A entrevista foi concedida na sede do Jornal com a participação do coordenador de Redação Jarbas Tomaschewski, da coordenadora de produção Débora Borba e da equipe de reportagem.
Diário Popular - Por que queres ser prefeito de Pelotas?
Jurandir Silva - Me motiva ser prefeito da cidade porque historicamente eu defendo um conjunto de ideias que eu não vejo serem aplicadas pelos governos. Não vejo as demandas das pessoas, sejam elas dos bairros, de uma categoria de trabalhadores, como os municipários. Por exemplo, tu vais em uma assembleia dos trabalhadores municipários, eles fazem um conjunto de reivindicações históricas e esse conjunto não é às vezes sequer respeitado pelos prefeitos. Assim como isso acontece com moradores de determinadas regiões da cidade, que têm demandas também históricas em saneamento básico, pavimentação. É por isso que sou candidato a prefeito. Não é uma questão pessoal (...), eu quero ser prefeito para implementar as ideias que eu defendo sempre.
DP - Em 2012, ficaste em terceiro lugar na primeira campanha à prefeitura. O que trazes de experiência da disputa?
JS - A experiência que eu trago para participar das eleições de 2016 é a experiência de quem participou das eleições de 2012, mas também é a experiência de toda a minha vida. Experiência, aliás, que é um ponto que vem sendo muito batido neste processo eleitoral. Tem candidaturas que falam muito da experiência e eu gosto muito de questionar que experiência política é esta. Porque estamos vivendo uma conjuntura no Brasil, por exemplo, em que a gente tem um Congresso Nacional bastante experiente. São políticos que são eleitos, reeleitos e reeleitos e vão para os seus quarto, quinto mandatos e isto não quer dizer qualquer coisa relacionada com dignidade. Então, essas experiências que a maioria dos políticos tem, de fato eu não tenho. Eu nunca fui denunciado por corrupção, porque não sou corrupto. Nunca fui denunciado por enfiar a mão em dinheiro que não é meu, porque nunca enfiei.
DP - Tiveste intenção ou vontade de concorrer primeiro à Câmara de Vereadores?
JS - Não. A gente discutiu, a gente fez esse debate. Tem um determinado grupo de pessoas que enxerga a política a partir de uma perspectiva completamente diferente como nós do PSOL e PCB enxergamos. (...) A tática eleitoral que nós vamos seguir é muito importante, isso não é decisão de uma pessoa. Os partidos tradicionais vendem uma ideia de que tem um candidato que é o salvador da pátria, que é uma figura, que ele ou ela é a pessoa que vai resolver todos os problemas. Isso, na nossa opinião, é um absurdo. Gente, é programa, é projeto, é conjunto de ideias, é equipe.
DP - Como seria a ocupação do secretariado no governo?
JS - Temos, infelizmente, pouquíssimas experiências de prefeituras do PSOL no país. Gosto de citar o exemplo de Itaucara, no Rio de Janeiro, porque o secretário de Educação foi eleito pelos trabalhadores da educação. Teve uma votação entre os trabalhadores que elegeram o secretário. É por aí que nós vamos caminhar. Este secretário, aliás, sequer é filiado ao PSOL. É uma pessoa lá da categoria que identificaram ser capaz para gerir a Secretaria. Veja, no nosso programa nós temos o tema da participação popular. Construindo com os trabalhadores de educação do município quem deve ser o secretário de Educação eu acho que é um bom caminho. Aproveitar o quadro técnico da prefeitura. Infelizmente, os governos não fazem isso. Dentro do Sanep, têm pessoas que entendem de Sanep. Na Secretaria de Urbanismo, tem gente que entende de urbanismo. Tem arquiteto, tem engenheiro. Os partidos fazem grandes alianças, ocupam muito tempo na televisão e o Sanep vira um cabide de empregos. Inclusive isto é mais barato do ponto de vista da administração pública. Vamos cortar muito gasto aí. Além de aproveitar o quadro técnico com função gratificada e não o cargo em confiança, que é mais caro, nós vamos chamar as universidades.
DP - No plano de governo, citas a oposição política entre candidaturas do PT e PSDB. Acreditas que Pelotas já está preparada para experimentar um governo do PSOL?
JS - Sim, acredito que sim. Olha que interessante, Pelotas é tradicional? É tradicional. Tem uma elite conservadora? Tem uma elite conservadora. Tem uma elite que ainda pensa que está na época das charqueadas? Tem. Mas é a cidade mais negra do Rio Grande do Sul, povo que faz Carnaval, que toma bala de borracha da Brigada Militar, por aqui, por ali, que segue batalhando, que segue sorrindo, que segue fazendo sua correria. Tem uma parte da cidade de fato que eu tenho convicção que não vai votar na nossa candidatura e que vai fazer todos os esforços possíveis e imagináveis para que a gente não chegue nem perto da prefeitura de Pelotas. Nem na Câmara de Vereadores, porque se a gente entra, a gente vai fazer estrago. Vamos infernizar a vida de quem faz falcatrua na cidade. Mas, tem uma outra parte da cidade e é com essa parte que queremos dialogar.

DP - Poderias dar exemplos da inversão de prioridades comentada pela candidatura?
JS - No desenvolvimento econômico, a nossa cidade passa por um período histórico de estagnação. Desde o fechamento das grandes indústrias em Pelotas, a política pública da prefeitura é o seguinte: Nós precisamos isentar impostos para as grandes empresas trazerem empregos para cidade, para desenvolver economicamente. Esta é a prioridade. O que é inverter prioridade na questão dos empregos? Nós não vamos isentar imposto para grande empresa, nós vamos investir naquilo que a gente sabe fazer aqui. Aquilo que é peculiar da nossa cidade, aquilo que só tem aqui. Turismo urbano e rural. É extremamente subaproveitado. Tu vais em algumas outras cidades, tens uma praça como a nossa Coronel Pedro Osório aqui, aí tu vais ter uma placa na frente de cada casarão dizendo o que é aquele casarão. Ter um programa de turismo, para movimentar a economia. Outra coisa, Pelotas é um polo cultural. Isto não é apenas uma questão de respeito às pessoas que trabalham para construir, mas uma questão de enxergar isto como potencial econômico. É um absurdo que tu não enxergues isto no Carnaval, que digas que é gasto e não investimento.
DP - Há um debate grande nesta campanha sobre saúde. Qual o pensamento sobre o tema?
JS - Primeiro, o candidato que falar que vai resolver o problema da saúde em quatro anos está faltando com a verdade. Não tem como. É um problema federal complexo, que enxergamos que no governo Temer teremos que brigar muito para manter o que tem. Nós temos uma visão integrada de saúde. Não é uma UPA, não é um Pronto-Socorro, não é só médico, não é só um posto de saúde. Saúde é UPA integrada com PS, com médico com plano de internação domiciliar, integrante com esporte, lazer. Enxergamos desta forma (...) Os médicos serão valorizados assim como todos os trabalhadores do município serão valorizados. Nós vamos discutir Plano de Carreira, o Sindicato dos Municipários votou em assembleia um plano para toda a categoria. Nós queremos discutir esse plano, da categoria dos municipários, incluindo os médicos. Entendemos que todos os trabalhadores do município recebem salários baixíssimos. Como vamos conseguir dinheiro? Reduzindo os cargos de confiança, isso resolve uma parte, não tudo. Questão das Unidades Básicas de Saúde, elas têm um papel importante, da prevenção também. A nossa equipe, que tem discutido esse tema (...), discute sobre elas funcionarem bem, ter algum tipo de melhoria para suprir alguns problemas importantes. Nós precisamos ter três ou quatro UBSs que sejam um pouco melhor estruturadas, geograficamente bem distribuídas, para ser referência em algumas áreas. Não é o ideal, mas nas condições de financiamento de saúde que temos hoje, é o possível. 

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